MOSTRA-SEMINÁRIO A CÂMERA É A FLECHA, A CÂMERA É A CESTA: Cinemas Krahô, Tupinambá, Kuikuro, Kaiabi e Guarani

Confira a programação para o Cine Humberto Mauro, Palácio das Artes:

Sexta-feira: 24 de novembro

14h30h - Encontro precedido de filme: cinemas Krahô e entre os Krahô 

Cupē Te Mē Iquêtjê Jipej Catêjê / Homem Branco Massacrou o Meu Povo Krahô (Francisco Hýjnõ Krahô, Felipe Kometani Melo, 41', 2023)

Hyjnõ Krahô

Luzia Cruwakwyj Krahô

Renée Nader e João Salaviza

Mediação: Daniel Ribeiro Duarte 

Atividade da programação com acessibilidade em LIBRAS.

Livre

17h Filme/ Lançamento/Sessão comentada

Ketwajê (Mentuwajê Guardiões da Cultura [Krahô] e Coletivo Beture [Mebêngôkre-Kayapó], 77’, 2023)

Sessão comentada por Hyjnõ Krahô, Luzia Cruwakwyj Krahô 

Livre

Sábado - 25 de novembro

15h - Encontro: Cinemas indígenas e retomada de imagens, florestas, sementes, rituais 

A câmera e a flecha (direção: Coletivo Kuikuro de Cinema, 10’, 2022) 

Olinda Tupinambá 

Takumã Kuikuro

Kujãesage Kaiabi 

Mediação: Ana Carvalho 

Atividade da programação com acessibilidade em LIBRAS.

Livre 

18h30 - Sessão comentada

Kaapora - O chamado das matas (Olinda Tupinambá, 20', 2020)

Ibirapema (Olinda Tupinambá, 50', 2022)

Sessão comentada pela diretora

Livre

20h30 -  Sessão comentada

A Flor do Buriti (Renée Nader e João Salaviza, 125', 2023)

Sessão comentada por Hyjnõ Krahô, Luzia Cruwakwyj Krahô, diretora e diretor

Livre 

Domingo - 26 de novembro

17h - Cinemas Kuikuro e Kaiabi (Território Indígena do Xingu) -  Sessão comentada

A febre da mata (Takumã Kuikuro, 10', 2022) 

Território Pequi  (Takumã Kuikuro, 22', 2021) 

Syngjat (Aruti Kaiabi, Ewa Kaiabi, Juirua Kaiabi, Mairiwata Kaiabi, Reai'i Kaiabi, Reiria Kaiabi, Rywa Kaiabi, Ukaraiup Kaiabi, Urukari Kaiabi e Wyiry Kaiabi, 52’, 2023) 

Sessão comentada pelos diretores Takumã Kuikuro e Daniel Kalutata Kuikuro (Coletivo Kuikuro de Cinema) e pela realizadora Kujãesage Kaiabi

Mediação: Vincent Carelli  

Atividade da programação com acessibilidade em LIBRAS.

Livre 

Segunda-feira - 27 de novembro

14h30 - Encontro: os cinemas Guarani 

Kerexu Mirim (Tekoa Gauarani Mbya Kalipety, diretora)

Richard Werá (Tekoa Garani  Mbya Jaraguá)  

Roney Freitas (diretor) 

Mediação:  Paulo Maia e Cora Lima

Atividade da programação com acessibilidade em LIBRAS.

Livre 

17h - Sessão comentada

Aguyjevete Avaxi’i (Kerexu Mirim, 20')

Mby'á Nhendu: O Som do Espírito Guarani (Gerson Gomes Karaí, 18') 

Mborairapé  (Roney Freitas, 25') 

Sessão comentada pela diretora e pelos diretores

Livre 

Terça-feira - 28 de novembro

14h30h - Conferência precedida por filmes

Thuë Pihi Kuuwi – Uma mulher pensando (Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami, 9', 2023)

Yuri U Xëatima Thë - A Pesca com Timbó (Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami, 10', 2023)

Livre 

Conferência com Vincent Carelli: Arquivos abertos e realização indígena

Indigenista e cineasta, coordenador do Vídeo nas Aldeias

Mediação: Ruben Caixeta

Sessão comentada pela diretora e pelos diretores

Livre 

16h30 -  Sessão comentada

Quando o manto fala e o que o manto diz (Glicéria Tupinambá e Alexandre Mortagua, 61’, 2023)

Sessão comentada por Maria da Glória de Jesus (liderança Tupinambá da Serra do Padeiro, BA)

Livre

Fotos: Simone Giovine, filme: Ketwajê (Mentuwajê Guardiões da Cultura Krahô e Coletivo Beture Mebêngôkre-Kayapó)

Mini-Bios

Ana Carvalho 

É artista, cineasta e educadora popular. Há mais de 20 anos trabalha junto a povos indígenas e comunidades tradicionais no desenvolvimento de projetos culturais e de criação artística compartilhada nos campos das artes visuais, cinema e agroecologia. Integra o corpo de colaboradores do Vídeo nas Aldeias, organização que apoia as lutas dos povos indígenas para fortalecer suas identidades e seus patrimônios territoriais e culturais por meio de recursos audiovisuais. Investiga as relações entre memória, território, comunidades de cuidado e a convivência entre os seres humanos e mais que humanos. Dedica-se à criação de uma poética do da regeneração, atravessada pela escrita, vídeo, fotografia, desenho, intervenção, plantio e outras linguagens. Vive e trabalha em Pernambuco.

Daniel Ribeiro Duarte 

É pesquisador, curador e realizador de cinema. É Doutor em Comunicação com especialidade em Cinema pela Universidade Nova de Lisboa. Integra o coletivo Filmes de Quintal, pelo qual programa e produz e realiza curadoria de mostras no forumdoc.bh desde 2002. Atualmente é professor no Departamento de Cinema e Vídeo da UFF.

Cora Lima

Estudante de graduação em Antropologia Social na UFMG com pesquisa nos temas de etnomusicologia e filme etnográfico. Produtora na Associação Filmes de Quintal. Foi curadora e produtora do forumdoc.bh em 2021 e 2022.

Hyjnõ Krahô

Francisco Hyjnõ Krahô nasceu em 1982 na aldeia Manoel Alves, na Terra Indígena Krahô. Ele é uma importante liderança Krahô e incansável defensor do Cerrado. Foi coordenador da CTL da FUNAI em Itacajá (TO) e atualmente organiza o grupo de defesa e proteção territorial Mē Hoprê Catêjê. Recentemente teve sua primeira experiência no cinema, como ator e co-roteirista do filme Crowrã - A Flor do Buriti (2023).

João Salaviza

João Salaviza (1984, Lisboa) estudou Cinema na ESTC em Lisboa e na Universidad del Cine em Buenos Aires. Em 2014 conheceu o povo Krahô, tendo colaborado desde então com o coletivo de jovens cinegrafistas Mentuwajê Guardiões da Cultura. Em 2018 estreou Chuva É Cantoria Na Aldeia Dos Mortos (co-realizado com Renée Nader Messora) no Festival de Cannes, recebendo o Prémio Especial do Júri – Un Certain Regard.  Em 2023 lança A Flor Do Buriti, co-realizada com Renée Nader Messora durante um período de quinze meses na Terra Indígena Krahô. O filme estreou no Festival de Cannes 2023 - Un Certain Regard, onde recebeu o prêmio de Melhor Elenco. Anteriormente, dirigiu Montanha, seu primeiro longa, que estreou no Festival de Veneza (Semana da Crítica) em 2015, no seguimento dos curtas-metragens Rafa (Urso de Ouro na Berlinale 2012) e Arena (Palma de Ouro em Cannes 2009).  Dirigiu também as curtas Altas Cidades De Ossadas (Berlinale 2017) e Russa (Berlinale 2018, co-realizado com Ricardo Alves Jr.).

Júnia Torres

É documentarista e antropóloga. Integrante da Associação Filmes de Quintal. Organizadora e curadora do forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte. Curadora da mostra Cinema, Território Ameríndio (2017), Política e Palavra no Documentário (2016) e Mekukradjá: encontro de realizadores e escritores indígenas, Instituto Itaú Cultural SP edições 2016 a 2018. Filmografia: A Rainha Nzinga Chegou (co-direção Isabel Casimira, Brasil/Angola, 2018, 74min); Nos olhos de Mariquinha (co-direção: Cláudia Mesquita, Brasil, 2008, 83min); Aqui Favela, o Rap Representa (co-direção: Rodrigo Siqueira, 2002, vencedor do Prêmio Miguel Diegues Jr. (melhor roteiro e pesquisa) na Mostra Internacional do Filme Etnográfico do Rio de Janeiro, 2003).

Kerexu Mirim 

Kerexu Martim tem 21 anos, nasceu no estado de São Paulo, na terra indígena Tenondé Porã no extremo sul da capital. Kerexu já realizou um curta sobre resgate da semente sagrada (Avaxi ete'i,) do seu povo Guarani mbya, dirigiu e editou seu filme Aguyjevete Avaxi'i (2023), que teve sua primeira mostra no Cine Sesc no Agosto Indígena. Kerexu também desenha, já fez uma logo para o laboratório de Sidarta Ribeiro e ainda está em parceria para ilustrar as colunas do Sidarta no site jornal sumauma.com. Kerexu sempre desenhou  mulheres desde criança e agora busca fazer ilustrações também.

Kujãesage Kaiabi (Kujã)

Sou Kujãesage Kaiabi. Tenho 30 anos e em 2011 comecei a atuar na área de audiovisual, a partir de uma oficina ministrada pela cineasta Mari Corrêa. Nessa oficina, realizei uma série de vídeos sobre a culinária tradicional do povo Kaiabi-Kawaiwete. Venho atuando no registro audiovisual de rituais de meu povo, reuniões, seminários e encontros dos povos indígenas do Xingu, sobretudo junto ao movimento de mulheres xinguanas. Registrei a atuação das delegações indígenas presentes no Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília, 2018. Em 2016, dirigi, roteirizei e editei o documentário Meriup, parte da série documental Amanajé – mensageiros do futuro, exibido em 2019 pela TV Cultura. Atuei como professora de fotografia em oficinas do Vídeo Nas Aldeias com o povo Enawene Nawe. Atualmente, junto a uma equipe de 24 comunicadores indígenas e ribeirinhos, sou comunicadora da Rede Xingu +, que é vinculada ao Instituto Socioambiental (ISA). Atuamos em defesa do território do Xingu e dos direitos das comunidades, produzindo vídeos e áudios informativos para a população da região (em Katahirine: rede audiovisual das mulheres indígenas: https://katahirine.org.br/)

Luzia Cruwakwyj Krahô

Luzia Cruwakwyj Krahô nasceu na Terra Indígena Krahô, em 1996. Foi professora na escola da aldeia Galheiro até o ano de 2023. Participou como atriz no filme Crowrã - A Flor do Buriti. Está preparando um livro ilustrado, a partir de um mito Krahô.

Maria da Glória de Jesus Tupinambá

Dona Maria da Glória de Jesus é uma das lideranças indígenas do povo Tupinambá da Serra do Padeiro, uma das 22 aldeias da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia. Ela é mãe de dez filhos, dentre os quais se destacam o Cacique Babau e Glicéria Tupinambá, importantes lideranças de seu povo. Junto dos seus, ela atua na luta pelos direitos de uso e preservação da terra em sua comunidade. A mestra participou da disciplina “Artes e ofícios dos saberes tradicionais: políticas da terra”, em 2018, no programa de formação transversal em Saberes Tradicionais da UFMG.

Olinda Tupinambá 

Olinda Tupinambá, Indígena do povo Tupinambá e Pataxó Hãhãhãe. Jornalista, curadora, performer, cineasta e ativista ambiental. Trabalha com audiovisual desde o final de 2015, entre documentários, ficção e performance. Produziu e dirigiu 10 obras audiovisuais próprias e independentes. Foi curadora de diversos festivais e mostras de cinema, entre eles o Festival de Cinema Indígena Cine Kurumin (2020) e (2021),  mostra Lugar de Mulher é no Cinema (2020) e (2021) 1º Festival de Cinema e Cultura Indígena – FeCCI 2022. Produtora de duas mostras de cinema: Mostra Paraguaçu de Cinema Indígena (2017) e Amotara - Olhares das Mulheres Indígenas (2021). É Coordenadora do Projeto Kaapora. Coautora do Doc/Especial TV Falas da Terra, uma produção Estúdios Globo. Comissão Julgadora do Edital nº 02/2022/Spcine – Produção de longas-metragens de baixo orçamento, Estado de São Paulo. Júri do 24 Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (2023)

Paulo Maia 

É antropólogo e professor associado do Departamento de Ciências Aplicadas à Educação (DECAE) da Faculdade de Educação (FaE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Co-fundador e curador do forumdoc.bh - Festival do Filme Documentário e Etnográfico - Fórum de Antropologia e Cinema realizado em Belo Horizonte anualmente desde 1997. Pesquisador do Laboratório e Arquivo de Imagem e Som (LAIS-FaE-UFMG).

Takumã Kuikuro

É cineasta, membro da aldeia indígena Kuikuro, e atualmente vive na aldeia Ipatse, no Parque Indígena do Xingu. Dirigiu o documentário As hiper mulheres (2011), junto a Leonardo Sette e Carlos Fausto. Teve filmes premiados em festivais como os de Gramado e Brasília, e no Presence Autochtone de Terres em Vues, em Montréal. Em 2017, recebeu o prêmio honorário Bolsista da Queen Mary University London. E foi, em 2019, o primeiro jurado indígena do Festival de Cinema Brasileiro de Brasília.

Renée Nader 

Nascida em São Paulo, em 1979. Formada em Direção de Fotografia pela Universidad del Cine, em Buenos Aires. Por 15 anos, trabalhou como assistente de direção no Brasil, Argentina e Portugal. Em 2009, Renée Nader Messora conheceu os Krahô e, desde então, trabalha com a comunidade, contribuindo na organização de um coletivo de jovens cinegrafistas. O foco do trabalho do grupo Mentuwajê Guardiões da Cultural é usar as ferramentas audiovisuais para o fortalecimento da identidade cultural e a autodeterminação da comunidade. Em 2018 estreou Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (co-realizado com João Salaviza) no Festival de Cannes, recebendo o Prémio Especial do Júri – Un Certain Regard. O filme foi lançado comercialmente em vários países, destacando-se França onde foi visto por 45.000 espectadores. Crowrã - A Flor do Buriti é seu segundo longa-metragem, co-realizado com João Salaviza durante um período de quinze meses na Terra Indígena Krahô. O filme estreou no Festival de Cannes 2023 - Un Certain Regard, onde recebeu o prêmio de Melhor Elenco.

Richard Werá  

Richard Werá Mirim é um jovem talento da terra indígena do Jaraguá, xondaro fotógrafo, cineasta e comunicador responsável pela editoração da página de notícias Mídia Guarani Mbya. Participou da equipe dos filmes Para'í (2018) e Mborairapé (2023), realizados junto ao coletivo Mbya Guarani de cinema do Jaraguá.

Roney Freitas 

É mestre em meios e processos audiovisuais e bacharel em audiovisual (USP), trabalha no mercado audiovisual como roteirista, diretor e produtor. Atuou como diretor e roteirista dos curtas Laurita (2009), Aurora (2011) e dos documentários Memória de rio (2013) e Grin (2016), prestigiados em diversos festivais nacionais e internacionais. Atualmente produz filmes independentes pela Arte in Vitro Filmes, empresa do qual é sócio produtor.

Ruben Caixeta

Antropólogo, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, coordenador do Laboratório de Etnologia e do Filme Etnográfico. Realizador de documentários e co-editor da Devires - Revista de Cinema e Humanidades. Compõe a equipe de organização do forumdoc.bh, do qual é co-fundador.

Vincent Carelli  

Indigenista e cineasta, criou em 1986 o Vídeo nas Aldeias, um projeto a serviço dos projetos políticos e culturais dos indígenas, e realizou uma série de documentários sobre os impactos deste trabalho. A Arca dos Zo’é (1993) recebeu vários prêmios, entre eles nos Festivais de Tóquio e do Cinéma du Réel em Paris, e a trilogia O Espírito da TV (1990), A Arca dos Zo’é (1993) e Eu já fui seu Irmão (1993) foi exibida por uma série de televisões públicas pelo mundo e no MOMA em NY. Em 1999, Carelli recebe o Prêmio UNESCO pelo respeito à diversidade cultural e pela busca de relações de paz interétnicas, e em 2000, realiza a série Índios no Brasil para a TV Escola do Ministério da Educação. Em 2009, a ONG Vídeo nas Aldeias, uma escola de cinema para índígenas, recebe a “Ordem do Mérito Cultural” do governo brasileiro e o seu filme Corumbiara (1992), sobre o massacre de índios isolados em Rondônia, é o grande vencedor do Festival de Gramado, e de vários festivais nacionais e internacionais. Martírio (2016) é o segundo de uma trilogia, traça o percurso histórico do genocídio Guarani Kaiowa no Mato Grosso do Sul. Em 2017, Carelli recebe o Prêmio Prince Claus nos Países Baixos por sua militância pelo cinema indígena. Em 2021, o filme Adeus, Capitão fecha sua mais recente trilogia.

Programação gratuita.