Desaparecimento e reaparecimento dos povos e das imagens: 35 anos de Vídeo nas Aldeias e 25 anos de forumdoc.bh

Online

Transmissão ao vivo pelo canal do YouTube forumdoc.bh

Manifestação online pela vida dos povos isolados e pela floresta

Sábado, 20 nov, 18h às 22h30
Líderes indígenas e indigenistas, mediados por imagens técnicas (mapas, fotos e vídeos), em parte inéditas, falam sobre a situação dos índios isolados e as estratégias para a sua proteção, a partir de uma reflexão que leve em conta: a) o conceito de isolamento; b) a autodeterminação dos povos isolados; c) as vulnerabilidades; d) o desmonte das políticas públicas de proteção aos povos isolados. 
Leia a descrição completa, aqui.

Presencial

Debates presenciais nos Jardins Internos do Palácio das Artes, Belo Horizonte. 

Debate com Vincent Carelli

sobre vídeoinstalação Inéditos Inevitáveis numa Experiência Sensorial: Fragmentos do Acervo Vídeo nas Aldeias.
Terça, 23 nov, 19h - Jardins Internos no Palácio das Artes
Mediação: Renata Otto

Sessão comentada por Vincent Carelli

Quarta, 24 nov, 19h
A Festa da Moça (1987, 18', Vincent Carelli);
A Arca dos Zo'é (1993, 22', Vincent Carelli e Dominique Gallois); 
Eu já fui seu Irmão (1993, 32', Vincent Carelli).
Mediação: Cláudia Mesquita e Ruben Caixeta

Debate gravado com realizadorxs

Pré-gravado e disponível online a partir de 18 nov - canal do YouTube forumdoc

Pi'õnhitsi – Mulheres Xavante Sem Nome (2009, 56', de Divino Tserewahú e Tiago Campos Torres).
Debate entre Divino Ttserewahú e Bernard Belisário.
Mediação: Renata Otto

MINI-BIOS

Vicent Carelli
Indigenista e cineasta, criou em 1986 o Vídeo nas Aldeias, um projeto a serviço dos projetos políticos e culturais dos índios, e realizou uma série de documentários sobre os impactos deste trabalho. "A Arca dos Zo’é", seu filme mais conhecido, recebeu vários prêmios, entre eles nos Festivais de Tóquio e do Cinéma du Réel em Paris, e a trilogia "O Espírito da TV", "A Arca dos Zo’é" e "Eu já fui seu Irmão" foi exibida por uma série de televisões públicas pelo mundo e no MOMA em NY. Em 1999, Carelli recebe o Prêmio UNESCO pelo respeito à diversidade cultural e pela busca de relações de paz interétnicas, e em 2000, realiza a série "Índios no Brasil" para a TV Escola do Ministério da Educação. Em 2009, a ONG Vídeo nas Aldeias, uma escola de cinema para índios, recebe a “Ordem do Mérito Cultural” do governo brasileiro e o seu filme “Corumbiara”, sobre o massacre de índios isolados em Rondônia, é o grande vencedor do Festival de Gramado, e de vários festivais nacionais e internacionais. Martírio (2016) é o segundo de uma trilogia, traça o percurso histórico do genocídio Guarani Kaiowa no Mato Grosso do Sul. Em 2017, Carelli recebe o Prêmio Prince Claus nos Países Baixos pela sua militância pelo cinema indígena. Em 2021, o filme  "Adeus, Capitão" fecha a sua trilogia.

Divino Tserewahú
Divino começou a aprender sobre cinema em 1990, quando a comunidade Xavante de Sangradouro recebeu sua primeira câmera de filmagem (VHS), doada pelo Centro de Trabalho Indigenista (CTI) de São Paulo. Sua primeira atuação profissional na área foi como parte da equipe do Programa de Índio, série de TV realizada na Universidade Federal do Mato Grosso entre 1995 e 1996. Em 1997, Divino participou do primeiro encontro e oficina de formação de cineastas indígenas do Brasil, organizado pelo Vídeo nas Aldeias e realizado no Parque Indígena do Xingu. Já entre 2001 e 2002, por intermédio do Vídeo nas Aldeias, ele conseguiu uma vaga para estudar na Escola Internacional de Cinema de San António de Los Baños, em Cuba, onde se capacitou nas técnicas de edição, roteiro de documentário e ficção, animação, entre outras.

Bernard Belisário
Pesquisador e professor de Cinema e Audiovisual na UFSB - Universidade Federal do Sul da Bahia. Graduou-se em Rádio/TV e em Jornalismo, e pós-graduou-se em Comunicação Social pela UFMG (Comunicação e Sociabilidade Contemporânea / Pragmáticas da Imagem - Mestrado e Doutorado). Atuou como diretor, roteirista, finalizador e montador de filmes, videoarte e programas de televisão (Rede Minas). Colaborador do Vídeo nas Aldeias/PE desde 2011, ministrou oficinas de realização cinematográfica junto a comunidades indígenas no Brasil (Alto Xingu, Xavante, Guarani e Kaiowá, Maxakali, Pataxó, Tupinambá e Kiriri) e no Paraguai (Ayoreo). Foi Arte-Educador de Cinema e Audiovisual em projetos da Fundação Municipal de Cultura de BH/MG, atuando principalmente na periferia Leste (São Geraldo, Mariano de Abreu, Alto Vera Cruz e Taquaril). Pesquisador participante da SOCINE - Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual/SP. Vice-líder do grupo de pesquisa Poéticas Ameríndias/BA (CNPq/UFSB). Colaborador internacional dos Laboratórios de História Indígena da UNAM - Universidad Nacional Autónoma de México. Integrante do Conselho Gestor da AIC - Agência de Iniciativas Cidadãs/MG.

Curadoria e Mediação


Cláudia Mesquita
Professora do curso de graduação e do programa de pós-graduação em Comunicação Social da UFMG, onde integra os grupos de pesquisa Poéticas da Experiência e Poéticas Femininas, Políticas Feministas. Pesquisadora do cinema brasileiro, com mestrado e doutorado na ECA-USP. Realizou pós-doutorado na Universidade Federal do Ceará (2018-2019), onde desenvolveu o projeto "O presente como história - estéticas da elaboração no cinema brasileiro contemporâneo". Publicou, com Consuelo Lins, o livro "Filmar o real - sobre o documentário brasileiro contemporâneo" (Editora Jorge Zahar, 2008), e organizou, com Maria Campaña Ramia, "El otro cine de Eduardo Coutinho" (Cinememoria e Edoc, 2012), publicado no Equador.  

Júnia Torres
Documentarista e antropóloga com doutorado pela UFMG. Integrante da Associação Filmes de Quintal. Programadora de mostras de cinema com foco em realizações de autoria indígena. Integra a equipe de organização do forumdoc.bh – festival do filme documentário e etnográfico de BH e a curadoria do Mekukradjá, Círculo de Saberes. 

Luísa Lanna
Professora na Escola Livre de Artes Arena da Cultura, montadora e produtora na área de cinema. Coordenou oficinas de realização e edição em cinema junto aos povos Guarani, Kaiowá e Guajajara. ​​Montadora para o longa-metragem “Yamiyhex – As mulheres espírito” (direção: Sueli e Isael Maxakali). É membra da Associação Filmes de Quintal, onde atuou como produtora de 2015 à 2018, participando da organização e planejamento do forumdoc.bh : Festival do Filme e Documentário Etnográfico de Belo Horizonte e demais projetos da associação. 

Renata Otto
Mestre em antropologia social pelo Museu Nacional/UFRJ e doutoranda pelo PPGAS da UNB. Foi antropóloga da FUNAI, atuando nas coordenações de delimitação e demarcação de terras e proteção aos índios isolados. Co-dirigiu, com Isael Maxakali e Sueli Maxakali, o filme Quando os Yãmiy Vêm Dançar Conosco (2012). Integra a Filmes de Quintal.

Ruben Caixeta de Queiroz
Professor de antropologia do PPGAN - UFMG, etnólogo e pesquisador do CNPq. Pesquisa junto aos povos indígenas Karib das Guianas desde 1994. Integra a equipe de organização do forumdoc.bh – festival do filme documentário e etnográfico de BH