Em Serra Preta, sertão da Bahia, trabalhadores rurais mantêm viva a tradição dos cantos de trabalho. Cultivam o milho nos modos tradicionais e se unem em mutirão para plantar, descaroçar, peneirar e pilar os grãos de milho. Atrelados a cada etapa, diferentes cantos e ritmos emergem para gerir e alegrar o processo de trabalho.

A Bata do Milho

Em A câmera é a flecha, o coletivo Kuikuro de Cinema reflete sobre a inserção do audiovisual na comunidade, das sessões de cinema na aldeia aos festivais ao redor do mundo, e sobre o uso do cinema como ferramenta de autorrepresentação. O Coletivo Kuikuro de Cinema foi fundado em 2002 com apoio do Museu Nacional da UFRJ e do Vídeo nas Aldeias. Baseado na aldeia Ipatse, no Território Indígena do Xingu, documenta o cotidiano dos Kuikuro e produz filmes premiados no Brasil e no exterior sob coordenação do  cineasta Takumã Kuikuro.

A Câmera é a Flecha

O pajé e sua família saem para pescar. Durante a pesca, uma onça se aproxima e começa a esturrar assustada em busca de ajuda. Seu grito é um alerta. O pajé retorna imediatamente para a aldeia e alerta seu povo do perigo que se aproxima. Ele busca força espiritual na pajelança à medida que sua preocupação cresce. O fogo invade a floresta, os animais fogem em busca de abrigo, mas muitos não resistem. A floresta arde em chamas e depois a seca é extrema.

A Febre da Mata

Em 2019, a Funai realiza a maior expedição das últimas décadas na Amazônia para tentar encontrar e estabelecer o primeiro contato com um grupo de indígenas isolados da etnia dos Korubos em estado de vulnerabilidade e ainda promover um delicado reencontro com parte da família já contactada poucos anos antes.

A Invenção do Outro

Nove anos após a Independência do Brasil, protestos populares forçam o imperador Dom Pedro I a fugir às pressas do país. Os fantasmas do Brasil Império projetam-se no Brasil de hoje na Rua da Quitanda.

A Noite das Garrafadas

O documentário celebra a retomada do plantio das variedades do milho tradicional do povo Guarani M’bya na aldeia Kalipety, onde antes havia uma área seca e degradada, consequência de décadas de monocultura de eucalipto. Considerado como um dos verdadeiros alimentos que os seres divinos possuem em suas moradas celestes, o milho passa por rituais e bênçãos desde o plantio até a colheita, quando a aldeia se junta para festejar.

Aguyjevete Avaxi'i

Crianças de universos sociais completamente diferentes se cruzaram em 2002 em Belo Horizonte, na Barragem Santa Lúcia, que separa um conjunto de favelas de um bairro de classe média alta. Mesmo morando tão perto, sempre foram tão distantes. Vinte anos depois, o que aconteceu com cada uma delas? Entre 2002 e 2022, o Brasil foi virado pelo avesso. E suas vidas também. Um filme sobre os encontros e desencontros da sociedade brasileira contemporânea.

Amanhã

Lívia Coelho Pereira

Pegar caranguejos é se emaranhar numa imensidão de raízes. A caminhada no mangue guarda os segredos de quem conseguiu equilíbrio na incerteza da lama e educou o olhar para a localização dos crustáceos. No Delta do rio Parnaíba – entre os estados brasileiros do Piauí e do Maranhão – “amarrado” é um conjunto de quarenta caranguejos. Encontrá-los é desafio até mesmo para catadores experientes.

Amarrado

Marcelo Lobato

A partir de  entrevistas com dirigentes dos movimentos no Rio de Janeiro e com prostitutas e travestis da Vila Mimosa, da Praça Mauá, do Largo da Lapa e da Praça Tiradentes, Eunice Gutman apresenta uma discussão mais ampla sobre a prostituição, relacionada às normativas que a sociedade impõe sobre as vidas, os corpos e a vivência da sexualidade por homens e mulheres. Entre as personagens, estão as lideranças Eurídice Coelho e Gabriela Leite.

Amores de Rua

Filmado na fronteira entre o Brasil e a Venezuela em meio a uma das maiores crises migratórias da América Latina, Aqui en la Frontera conta a história de três venezuelanos com vivências de acolhida bem distintas. O filme retrata Stephanny, uma jovem mãe de 21 anos que precisa retornar ao país para buscar sua filha; Francis, uma mulher trans e liderança de um abrigo de refugiados militarizado do Governo Brasileiro, e Argenis, que organiza uma ocupação com mais de 300 venezuelanos sob ameaça de despejo.

Aqui en la Frontera

Mali Garcia

As divas negras do cinema brasileiro apresenta entrevistas e performances com atrizes negras de cinema, do teatro e da televisão. Elas narram suas histórias de vida e de suas carreiras, atravessadas pelo racismo e por intensas lutas e resistências. As atrizes Zezé Motta, Ruth de Souza, Léa Garcia, Zenaide Zen e Adele Fátima estrelam o documentário, que conta ainda com uma entrevista com Lélia González.

As Divas Negras no Cinema Brasileiro

Três jovens irmãs são separadas pela erupção do Fogo, mas elas cantam.

Um dia, nós saberemos o que vivemos e por que sofremos.

As Filhas do Fogo

A partir de entrevistas com diretoras, produtoras e atrizes de cinema de diversos países, Vik Birkbeck realiza um mergulho na conjuntura dos anos 1980, marcada pelo imperialismo, pela dominação masculina e pelo racismo. Com imagens e sons captados na Escócia, no Brasil, na Inglaterra e nos Estados Unidos, o vídeo busca estratégias de resistência culturais e políticas. Entre as brasileiras entrevistadas, estão Helena Solberg e Ana Carolina.

As Kineastas

Viviane de Cassia Ferreira, Leandro Acácio e Douglas Klinger

Por meio de uma série de encontros imprevisíveis, uma atriz fala sobre a sua experiência com a arte e a loucura. Dividido em sete atos, o filme é ao mesmo tempo o retrato de uma mulher e um estudo sobre as possibilidades desse retrato.

As Linhas da Minha Mão

Ao modo do cinema verdade, Jacira Melo sai às ruas da Boca do Lixo para ouvir prostitutas que trabalham nas ruas do Centro de São Paulo sobre suas rotinas e sobre a situação do bairro, dos habitantes e frequentadores. Com uso abundante de trilha sonora e montagem acelerada, Beijo na boca constrói um retrato peculiar da prostituição e da região do meretrício, marcado por nuances e contradições.

Beijo na Boca

Os bailes de soul music, que deram origem ao movimento Black Rio, eram espaços de afirmação e resistência política do jovem negro do Rio de Janeiro carioca nos anos 70. A partir das trajetórias de Dom Filó e da equipe de som Soul Grand Prix, o filme apresenta a importância da cena musical na luta por justiça racial durante a ditadura militar brasileira, sua influência no hip hop e no funk, e o impacto nas novas gerações do orgulho negro e da valorização estética difundidos há décadas.

Black Rio! Black Power!

Videodocumentário sobre a violência contra as mulheres, com depoimentos de vítimas de seus maridos ou companheiros, que recorreram à Delegacia da Mulher em São Paulo, iniciativa pioneira no Brasil. Por meio de imagens das ruas da cidade e do povo fala, Jacira aborda a complexidade da questão, sempre atravessada pelo machismo e por opiniões do senso comum.

Contrário ao Amor

Uma mulher peregrina por estradas do interior de Pernambuco e Paraíba e leva um tesouro dentro de uma caixa. Por onde passa encontra pessoas que se encantam com a arte, a vida e a singeleza. Dentro de si ela reflete sobre sua terra, as memórias de sua amiga árvore Angico e conta histórias dentro de histórias. Cordelina é um roadmovie que fala de encantamento e de sempre renascer.

Cordelina

A falta de creches públicas até hoje é pauta dos movimentos feministas. Creche-Lar, primeiro filme da diretora, documenta a busca de soluções práticas para esse problema. Diante da inexistência de aparelhos públicos, um projeto na Vila Kennedy, no Rio de Janeiro, garante que crianças passem o dia na casa de cuidadoras, que são remuneradas pelo trabalho. Além disso, um processo organizativo reúne mulheres da comunidade.

Creche-Lar

Em 1940, duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um violento massacre, perpetuado pelos fazendeiros da região. Em 1969, durante a Ditadura Militar, o Estado Brasileiro incita muitos dos sobreviventes a integrarem uma unidade militar. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô seguem caminhando sobre sua terra sangrada, reinventando diariamente as infinitas formas de resistência.

Crowrã - A Flor do Buriti

HOMEM BRANCO MASSACROU O MEU POVO KRAHÔ

Zacarias Ropkà escapou ao brutal massacre sofrido pelos Krahô em 1940, quando os fazendeiros da região se uniram para atacar várias aldeias, com seus grupos de peões armados. Em apenas um dia, foram barbaramente assassinadas dezenas de pessoas, principalmente mulheres e crianças. Setenta anos depois, Ropká partilha com os mais jovens os horrores que testemunhou e como fez para sobreviver.

Cupē Te Mē Iquêtjê Jipej Catêjê

Caminhar sob a ponte de ferro, que corta o rio Paraguaçu. Sair de lá pra cá. Entrar de cá pra lá. Entre movimentos, construídos com a imagem da paisagem de duas cidades e um rio, das sonoridades urbanas, atravessar, compõe a experiência subjetiva e plural.

Daqui pra Li, de Lá pra Cá

Das Águas mostra o cotidiano de mulheres e homens que vivem da pesca no rio Capibaribe, em Recife, Pernambuco. O filme é um retrato e também um recorte espaço-tempo na história da cidade. A rotina dos pescadores e pescadoras, suas dificuldades e desafios para manter a tradição da pesca e garantir o sustento de suas famílias, suas histórias de vida, os sonhos, as lutas e a relação com o rio, que é parte fundamental da sua identidade cultural. O documentário também aborda questões ambientais, mostrando a poluição e a exploração do rio, como a cidade cresceu de forma desordenada e de como isso afeta diretamente a vida dos pescadores e a comunidade local.

Das Águas

Acervo Cultne; Enugbarijo, de Vik Birkbeck e Ras Adauto; e Cor da Pele, de Filó Filho

Com imagens do acervo Cultne, registradas nos anos 1980 por Vik Birkbeck, Ras Adauto e Filó Filho, a cineasta Yasmin Thayná montou um recorte em homenagem ao Dia das Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, celebrado em 25 de julho.

Dia das Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas

O videodocumentário aborda a vida e o trabalho de mulheres do campo e da cidade, entre assalariadas da cana, artesãs e agentes comunitárias, a partir de um encontro auto-organizado, realizado em 1988, em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. A iniciativa, que discutiu a dupla jornada de trabalho e o trabalho doméstico e de cuidados, reuniu representantes da Zona da Mata, do agreste e do sertão do estado.

Dupla Jornada

Registro do primeiro Encontro Nacional de Prostitutas, realizado no Rio de Janeiro, em julho de 1987, com a participação de 70 prostitutas de 11 estados do país. Depoimentos abordam temas como afetividade, identidade, família, preconceito e organização da categoria. Além de Gabriela Leite, entre as personagens estão Lourdes Barreto e Eurídice Coelho.

Fala Mulher, da Vida

Grandes Senhoras é um projeto que se desenhou a partir dos ensinamentos difundidos pelos saberes tradicionais, metafísicos e poéticos de duas grandes pensadoras do candomblé chamadas Ebomi Cici de Oxalá e Mãe Celina de Xangô. Este filme é destinado ao Orixá Ossain e foi desenvolvido na Residência Artística do Goethe-Institut.

Grandes Senhoras

Viajando entre o mundo mítico e o mundo cotidiano, Ibirapema, uma indígena Tupinambá, se transmuta e percorre o espaço e o tempo, dialogando, por onde passa, com o mundo da arte ocidental, com a cidade e seus espaços de concreto e florestas domesticadas.

Ibirapema

Olinda Yawar e Maria Rita Muniz

Uma narrativa da ligação dos povos indígenas com a Terra e sua espiritualidade, do ponto de vista da diretora Tupinambá  Olinda Yawar, que desenvolve projeto de recuperação ambiental nas terras de seu povo. Tendo a cosmovisão indígena como lente, a Kaapora e outros personagens espirituais são a linha central da narrativa e argumento do filme.

Kaapora, O Chamado das Matas

O filme traz uma visão de dentro da Festa do Kongo na Irmandade Os Leonídios, em Oliveira (MG). O Capitão e realizador Washington Luís (Kamugenan) dá-a-sentir a força da espiritualidade e ancestralidade africanas que imantam objetos-imagem em relação à festa, à travessia transatlântica e a Kalunga – o mar, conector dos mundos físico e espiritual.

Kalunga do Rosário

Os Mentuwajê Guardiões da Cultura (grupo de jovens cineastas Krahô) convidam o Coletivo Beture (Mebêngôkre-Kayapó) para visitar a sua aldeia e acompanhar a festa de Kêtwajê – um importante ritual de iniciação que não acontecia há dez anos. Durante vários dias, crianças e adolescentes passam por várias "provas" para se transformarem em adultos guerreiros, perante o olhar atento e compartilhado entre os cineastas locais e os convidados Mebêngôkre-Kayapó.

Ketwajê

O vídeo acompanha a votação do Projeto de Lei (PL) 832, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que obrigaria a rede de saúde a prestar atendimento médico às mulheres em casos de abortos legais. Pela montagem, Vik Birkbeck confronta os movimentos feministas ao conservadorismo da Igreja Católica e do parlamento, constituído majoritariamente por homens brancos. Como personagem central, figura a deputada Lúcia Arruda (PT), autora da proposta.

Lei Dentro, Lei Fora

Logo que chegaram em Nova Iorque, Norma Bahia Pontes e Rita Moreira se matricularam na New School for Social Research. Como trabalho de conclusão, realizaram Lesbian mothers, que chegou a ser exibido no Festival de Berlim, em 1973. Com entrevistas justapostas ao povo fala, as videastas investigam experiências de mulheres lésbicas com a maternidade, em confronto com opiniões do senso comum e de psicólogos, reveladoras da homofobia da sociedade.

Lesbian Mothers

Primeiro de oito vídeos da série Living in New York City realizada por Norma Bahia Pontes e Rita Moreira. As diretoras entrevistam lésbicas de grupos feministas, como o National black feminist organization, com o objetivo de investigar as particularidades do lesbianismo, em meio ao predomínio do pensamento heteronormativo e da branquitude entre os feminismos. Na montagem, registros preciosos de atos de rua das mulheres lésbicas.

Lesbianism Feminism

MAMI WATA é uma divindade adorada pelos habitantes da remota vila de Iyi, na África ocidental. Mama Efe, sua representante, exerce autoridade espiritual na vila, até que a morte de uma criança perturba a paz da comunidade. O poder da divindade passa a ser questionado por aqueles com diferentes ideologias, e Prisca e Zinwe, filhas de Mama Efe, se unem para salvar sua aldeia e restaurar a glória de MAMI WATA em Iyi.

Mami Wata

Ricardo Jamal

No Alto Jequitinhonha, Minas Gerais, acompanhamos uma maromba, isto é, uma jornada de trabalho coletivo de limpeza de roça. Vários vizinhos se juntam para o trabalho com enxada, ao longo do qual entoam as chamadas “cantigas de roça”.

Maromba

Cristina Ara Rose, Jefersom Xondaro, Karaí Jeguaká Silva, Leni Karaí Tataendy, Richard Werá Mirim

O RAP é um caminho da música. O Jaraguá é Guarani.

Mborairapé

Documentário sobre o universo musical Mbyá Guarani, explorando as diversas sonoridades e reflexões sobre religiosidade, política, meio ambiente e formas de produzir música. O filme percorre três territórios Mbyá no Rio Grande do Sul para conversar e gravar com sábios musicistas Guarani.

Mbyá' Nhendu: O Som do Espírito Guarani

Investigação acerca da sub-representação feminina na política brasileira a partir do cruzamento entre narrativas e percursos de mulheres com inspiração política, que conquistaram espaços ecoando suas vozes.

Me Farei Ouvir

Filmado durante 1981, na Boca do Lixo, região central de São Paulo, Mulheres da Boca retrata o cotidiano das trabalhadoras sexuais e de proxenetas que ocupam os prédios antigos e as ruas decadentes da cidade. O filme constrói uma abordagem feminina e assumidamente feminista de uma realidade ambígua e contraditória, provocando um (re)pensar sobre os modos de aparição das prostitutas no documentário brasileiro.

Mulheres da Boca

Filmado durante o período de redemocratização do Brasil, após mais de duas décadas de ditadura militar, Mulheres: uma outra história aborda aspectos da participação das mulheres no cenário político brasileiro. Durante a Assembleia Constituinte, Eunice Gutman entrevista lideranças feministas e algumas deputadas que atuaram na elaboração da Constituição de 1988. Entre as personagens, estão Benedita da Silva e Jacqueline Pitanguy.

Mulheres: Uma outra História

Quando as flores da árvore Mãri desabrocham surgem os sonhos. As palavras de um grande xamã conduzem uma experiência onírica através da sinergia entre cinema e sonho yanomami, apresentando poéticas e ensinamentos dos povos da floresta.

Mãri Hi - A Árvore do Sonho

Compositor, percussionista, capoeirista, educador e fundador do Afoxé Badauê, Mestre Môa do Katendê fez história em Salvador, levando 8 mil pessoas para as ruas, promovendo a reafricanização do carnaval baiano e influenciando uma geração de artistas da MPB. O documentário acompanha sua carreira e também seu trágico assassinato político.

Môa, Raiz Afro Mãe

Neirud morreu misteriosamente, sem deixar vestígios de seu passado. Confrontando segredos de família, a cineasta reconstrói a vida de sua enigmática tia, que percorreu o Brasil como lutadora circense em uma trupe clandestina, só de mulheres, nas décadas de 60 a 80. Ao investigar a Mulher Gorila, sua controversa identidade artística, a cineasta descobre uma história de amor proibida, revelando a surpreendente natureza do papel de Neirud em sua própria família.

Neirud

Em Sol Nascente, maior favela do Brasil, Socorro, Jurailde e Bizza lideram uma das Cozinhas Solidárias do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. Para a posse de Lula, estão encarregadas de cozinhar para centenas de pessoas que chegarão a Brasília para assistir à cerimônia. Em meio a ameaças de golpe, o filme acompanha esta saga e traz entrevistas íntimas sobre suas vidas e a organização coletiva, revelando que o futuro se cozinha a muitas mãos.

Não Existe Almoço Grátis

Zeca todo dia tenta levantar cedinho para pegar o ônibus e chegar, uma hora e meia depois, na escola da cidade vizinha, onde trabalha como bibliotecário. Acordar cedo anda cada vez mais difícil, há algo que o impede de manter esse cotidiano. Um dia, Zeca conhece Luisa.

O Dia que te Conheci

Valéria, Zezinho, Romeu e Nilton rememoram as alegrias dos jogos de futebol nas comunidades de Paracatu de Baixo e Bento Rodrigues, em Mariana, MG. Com o rompimento da Barragem de Fundão em novembro de 2015, o futebol se tornou um meio de reunir esperanças de retomar a vida que tinham antes.

O Futebol

Picadilha de Quebrada é um mergulho no universo da moda produzida dentro das quebradas de São Paulo, as roupas dos times de várzea são o fio condutor da história, que nos leva até a realidade da juventude periférica. O filme revela pontos-chave da vida desses jovens como: fé, amizade e opressão.

Picadilha de Quebrada

Em uma iniciativa ousada, Por que não? pretende, a partir das particularidades das experiências de mulheres pernambucanas entrevistadas, elaborar uma narrativa generalizante sobre o aborto no Brasil. A partir do povo fala e de entrevistas com mulheres que já abortaram, o vídeo debate a legalização e a descriminalização do aborto como medidas necessárias para garantir dignidade e preservar a vida das mulheres.

Por que Não?

O filme narra a trajetória da artista, professora e ativista Glicéria Tupinambá no processo de confecção do Manto Tupinambá, artefato histórico roubado durante a colonização, e como o poder do manto repercutiu em sua comunidade. O Manto Tupinambá é, em suas palavras, "um presente dos céus para a terra". Com o retorno dos tupinambá às suas terras, a comunidade demanda o acesso à cultura de seu povo e a demarcação de seu território.

Quando o Manto Fala e o que o Manto Diz

Protegidos pelas montanhas que cercam a Vila Marzagão, na periferia da cidade de Sabará, Minas Gerais, um grupo de jovens se divertem sobre suas motocicletas em um viaduto sem saída conhecido pelos moradores da região como ramal ferroviário.

Ramal

Após os maiores rompimentos de barragens de rejeito da história, novas barragens ameaçam romper sobre milhões de pessoas em Minas Gerais. Uma conselheira ambiental do Estado confronta o modus operandi do governo e mineradoras, enquanto moradores resistem em suas comunidades ameaçadas.

Rejeito

Após o assassinato do jornalista inglês Dom Phillips no Vale do Javari, seu amigo e colega brasileiro cobre o caso enquanto reflete sobre o papel dos repórteres na Amazônia. Vale a pena correr o risco e acabar como o Dom? A resposta para essa pergunta é uma nova abordagem do fazer jornalístico, inspirada na resistência indígena.

Relatos de um Correspondente da Guerra na Amazônia

Na busca por retomar seus territórios tradicionais no Mato Grosso do Sul, indígenas Kaiowa e Guarani têm sido vítimas de violentos ataques organizados por fazendeiros e forças policiais ao longo das últimas décadas. Entre 2019 e 2022, incentivados pelo projeto anti-indígena do presidente Jair Bolsonaro, os agressores intensificaram esses ataques, elevando a tensão nas retomadas a níveis alarmantes. Esse documentário percorreu alguns dos territórios mais atacados nesse período para ouvir os relatos dos sobreviventes e reconstruir parte dessa história de violência que transformou a região em uma das áreas mais conflituosas do Brasil.

Relatos de uma Guerra

Três linhas narrativas se cruzam para contar a historicidade da implementação das cotas raciais na UnB e seus desdobramentos. O docuficção fabula realidades e capta depoimentos de importantes vozes que lutaram pela implementação dessa política afirmativa. Vinte anos após as cotas raciais, Rumo se faz linha temporal imagética para refletir a importância do acesso de negros e negras à universidade.

Rumo

Integrante da série Living in New York City, She has a beard tem como cenário principal as ruas da cidade estadunidense, onde a artista Forest Hope, uma mulher com barba, aborda pessoas em busca de opiniões sobre pêlos faciais. Na montagem, as entrevistas se põem em diálogo e tensionam a feminilidade, os padrões de beleza e a política da aparência, que aprisionam as mulheres de distintas maneiras.

She Has a Beard

Tamakari Kaiabi

Na época da seca, nós, os Kaiabi da aldeia Guarujá, nos reunimos para fazer a pescaria do timbó. É uma pescaria coletiva que tem regras e cuidados, mas é muito alegre e divertida e garante muito peixe para as famílias. Filme realizado durante oficina ministrada por Kujãesage Kaiabi, Tiago Carvalho e Julia Bernstein.

Sigyjat

Sync Synk Sync é um documentário experimental que investiga o vídeo como possibilidade estética e como forma de linguagem. O diálogo com a videoarte e com o jornalismo se expressa na montagem, marcada por procedimentos próprios do vídeo, como fades, fusões e superposições. Com depoimentos do videoartista japonês Hiroyuki Nakano, da estadunidense Kit Fitzgerald, do cacique Megaron e do cineasta estadunidense Spike Lee.

Sync Synk Sync

A luta pela reforma agrária no Brasil da Nova República é retratada por Tetê Moraes a partir da ocupação da fazenda Annoni, no Rio Grande do Sul. A manifestação, que contou com mais de 1500 famílias, remonta às origens do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Entre as personagens acompanhadas no longa, está Roseli Nunes, a Rose, importante liderança Sem Terra que se tornou símbolo da luta por justiça social.

Terra para Rose

Documentado por seus detentores Kuikuro, o pequi evidencia a identidade, o patrimônio cultural e genético, imprescindível para o pensamento sobre as roças indígenas xinguanas.

Território Pequi

Uma mulher yanomami observa um xamã durante o preparo da Yãkoana, alimento dos espíritos. A partir da narrativa de uma jovem mulher indígena, a Yãkoana que alimenta os Xapiri e permite aos xamãs adentrarem o mundo dos espíritos também propõe um encontro de perspectivas e imaginações.

Thuë Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando

No fim dos anos 1970, um grupo de documentaristas brasileiros registrou os importantes movimentos grevistas do ABC paulista. Trabalhadoras metalúrgicas se inscreve em um momento peculiar da história do Brasil e da luta das mulheres. Cenas filmadas durante o primeiro Congresso de Mulheres Metalúrgicas de São Bernardo e Diadema são intercaladas com imagens que documentam as difíceis condições de vida e de trabalho das operárias.

Trabalhadoras Metalúrgicas

Dois jovens realizadores Yanomami descrevem o processo de pesca com timbó, cipó tradicionalmente empregado para atordoar os peixes. O encontro de vozes e perspectivas sugere o reencantamento das imagens como forma de contar histórias.

Yuri U Xëatima Thë - A Pesca com Timbó

Este longa-metragem documental nasce do desejo do cineasta guarani Alberto Alvares (Tupã Ra'y) em retornar à sua aldeia natal. Historicamente, diversas fronteiras foram impostas em território Guarani, causando sérias mudanças. Encontros, deslocamentos, novas e velhas fronteiras perpassam as histórias deste filme, capaz de nos levar ao território sagrado "Yvy Pyte", de onde o mundo surgiu para os guarani, o Coração da Terra.

Yvy Pyte - Coração Da Terra

As memórias de uma mulher indígena em luto em busca da sua antiga aldeia na floresta em um mundo pós-apocalíptico.

Yãmî Yah-Pá (Fim da Noite)

Junior, Pires, Lucas, Raissa, essas são algumas pessoas que o diretor georgiano-brasileiro Sandro Kakabadze conheceu durante as oito semanas que viveu na corrutela localizada ao lado do Rio Tapajós. Homens, mulheres, garimpeiros ou comerciantes. Gente de diversas regiões do Brasil que vão para esse local trabalhar com à exploração ilegal do ouro, seja passando doze horas dentro do rio escavando atrás de poucas gramas do minério, cozinhando sem parar para homens cansados ou trabalhando na única rua de comércio da vila. A corrutela reflete todo um sistema de garimpo que acontece na região norte do Brasil.

À Margem do Ouro

Um filme-canto de gesto poético e político sobre a Primeira Marcha das Mulheres Indígenas/ ''Território: Nosso corpo, nosso espírito'' ocorrida em Brasília, em 2019.

Ára: Tempo-Espaço

O ãjãlí é um divertido jogo em que somente a cabeça dos jogadores pode encostar na bola. Essa prática, compartilhada por poucos povos indígenas no mundo, está presente entre as populações Manoki e Mỹky de Mato Grosso, falantes de um idioma de família linguística isolada. Jovens Manoki decidem realizar a sequência do primeiro documentário do jogo, gravado pelos Mỹky, reproduzindo nos filmes sua rivalidade criativa presente nos jogos. Agora com um olhar feminino sobre essa grande festa, uma das anfitriãs reflete sobre a importância da complementaridade entre os diferentes gêneros na vida da aldeia.

Ãjãlí Numã: O Jogo de Cabeça dos Manoki e Mỹky

Ògún Lákáayé, oriki. Ogum, aquele que tem influência sobre o mundo, o príncipe entre os demais Orixás. Aquele que mesmo tendo água, prefere banhar-se com sangue. Aquele que mesmo tendo roupa, prefere usar mariô. Aquele que abriu o caminho para os outros Orixás quando estes vieram do Orun para o Ayé. O ferro simboliza a manifestação da sua força, suas habilidades e poder. Ele é a força que ara a terra, o impulso para a guerra, para copula, para a abertura dos caminhos. A energia do foco e do trabalho que dá forma às nossas ferramentas.